O fluxo de visitantes em lojas físicas cresceu 6% em fevereiro de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar de janeiro ter sido mais quente, com alta de 28%, este ano vem consolidando a retomada pós-pandemia do setor.
Nas unidades dentro de shopping centers, a alta foi de 8%, enquanto as lojas de rua tiveram aumento de 13% no fluxo de consumidores. Os dados são do Índice de Performance do Varejo (IPV), organizado pelo venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
A quantidade de boletos contou com alta de 21% nas lojas físicas, na mesma base de comparação. A alta nas lojas de rua foi de 27% e para lojistas de shopping, 12%. Já observando o faturamento, houve crescimento de 20% nas lojas físicas, sendo 27% nos estabelecimentos de rua e 8% nos situados em shoppings.
Tudo isso impactou o ticket médio nominal das lojas físicas com queda de -0,3%. A variação para lojas de rua foi de 0,1% e das lojas em shoppings -3,5%. “As três variáveis apontam para um cenário de varejo mais aquecido este ano em relação a 2022, apesar de o crescimento ter sido menos intenso na comparação com o primeiro mês do ano”, explica Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
A alta no fluxo de visitação em lojas físicas (6%), contra o mesmo mês de 2022, foi heterogênea entre as regiões. Três das cinco localidades contaram com retração: Norte (-12%), Nordeste (-9%) e Centro-Oeste (-1%). Já o Sul (16%) e Sudeste (10%) apresentaram alta. O resultado ainda pode ser parcialmente explicado pelas diferenças regionais do impacto da pandemia.
Em relação ao volume de vendas, a quantidade de boletos teve alta de 21% no Brasil, de forma generalizada no viés territorial. Os destaques positivos foram no Nordeste e no Sul, (ambos com 23%). Na questão de faturamento nominal, a maior alta também foi constatada no Nordeste (26%), seguida pelo Sul (24%).
Entre os segmentos, o fluxo de visitação contou com aumento em metade dos setores em que possui cobertura. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria e cosméticos registraram crescimento de 41%. Tecidos, vestuário e calçados, bem como artigos de uso pessoal e doméstico contaram com expansão mais tímida de 6%.
Os dados são provenientes das empresas FX Data Intelligence, plataforma de monitoramento da jornada do consumidor e da performance da operação no varejo físico; F360°, plataforma de gestão financeira para pequenos e médios varejistas; e Harmo, plataforma de feedback intelligence, que integra gestão de reputação on-line de estabelecimentos off-line – todas investidas da HiPartners.
O estudo é chancelado pela 4intelligence, empresa que desenvolve plataformas de inteligência para o mercado B2B e que também é responsável pela metodologia das análises, garantindo mais equilíbrio ao estudo e agregando outros índices para ratificar a sinergia com distintos benchmarks do mercado, como a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio).
“O início deste ano traz resultados positivos, especialmente para alguns segmentos, como o de perfumaria e cosméticos. Ainda que isso demonstre uma tendência de consolidação, é importante destacar que os resultados ainda estão heterogêneos quando observados pelo viés regional e setorial. Mesmo havendo crescimentos de dois dígitos, vemos um momento de equalização e, portanto, de bastante atenção principalmente devido ao cenário macroeconômico”, afirma Flávia Pini, sócia da HiPartners.
O presidente da SBVC, Eduardo Terra, ainda reforça: “Este ano observamos a volta mais consistente do fluxo nas lojas físicas. A partir de agora, os desafios do setor estão principalmente no crédito e na confiança dos consumidores. Enquanto a agenda de eficiência se mantém paralelamente ativa, o varejista busca mais do que nunca alternativas para uma operação enxuta e rentável.
Confira mais destaques do levantamento do IPV em fevereiro de 2023:
- As lojas das regiões Nordeste e Sul registraram o maior crescimento em quantidade de boletos (vendas), ambos com 23%;
- No fluxo de visitantes, a região Sul teve o maior aumento, com salto de 16% em lojas físicas.
- Os consumidores avaliaram de forma mais positiva a experiência em shopping centers. A alta no Índice de Reputação (RRI) foi de 0,09%, encerrando o mês com 9,17 pontos.
Entre os segmentos, o fluxo de visitação contou com alta em metade dos setores em que possui cobertura. O destaque positivo ficou concentrado em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria e cosméticos, com crescimento de 41%.