Pesquisa efetuada pela Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) com 112 redes de lojas, totalizando cerca de 3 mil pontos de vendas em todo o país, indica que o varejo de calçados ainda sofre os efeitos da pandemia.
Conforme o levantamento feito entre os dias 26 de novembro e 04 de dezembro, parte das lojas já conseguiu recuperar o volume de vendas e o faturamento, mas a maioria ainda registra queda acima de 20%, especialmente as operações localizadas em shoppings.
No último trimestre, em relação a igual período do ano anterior, 30,3% dos lojistas registraram crescimento de 10% e 11,1% tiveram alta de até ou acima de 20%. Para 54,6%, entretanto, os últimos meses foram de queda de 5%, 10% e mais de 10%.
Atrasos nas entregas e aumentos de preços
A pesquisa também identificou a perspectiva de um Natal ruim para 70% dos lojistas participantes. Apenas 13,5% projetam aumento de 10% ou mais e 10,8% acreditam que a data será igual à de 2019 em vendas. 64,9% dos varejistas projetam queda de 5%, 10% ou mais nos negócios.
“Descapitalizado e cauteloso, o consumidor está comprando apenas os itens essenciais”, afirma o presidente da Ablac. Marcone Tavares acrescenta que ele também não assimilou os aumentos de preços dos calçados e, além disso, o varejo enfrenta atrasos nas entregas, devido à diminuição da produção das indústrias, o que também tem sido decisivo para a queda de vendas.
“Estamos tendo muita dificuldade em comprar produtos nos preços que o consumidor está disposto a pagar”, enfatiza o dirigente da Ablac, que vai encaminhar as conclusões da pesquisa aos fabricantes e defende a necessidade de aumento dos prazos de pagamento e de margem para equilibrar a diminuição do número de pares vendido. (Foto: Praloja Expositores)