Uma das principais datas do comércio, a Black Friday, acontece esse ano, no próximo dia 27, ainda sob o impacto da pandemia da Covid-19.
Se os varejistas esperam aumentar as vendas durante a campanha, os consumidores parecem estar ávidos pelas promoções. É o que mostra a pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com a Offer Wise Soluções em Pesquisa. Segundo o estudo, 61% dos entrevistados afirmam que pretendem fazer compras na Black Friday esse ano, um crescimento de 24% em relação ao ano passado.
Considerando apenas os consumidores que farão compras, 63% justificam dizendo que este é um momento oportuno para comprar produtos que estão precisando com preços mais baixos. Ao mesmo tempo, 37% afirmam que irão aproveitar para antecipar as compras dos presentes de Natal em promoção. Por outro lado, entre os que não farão compras, 24% alegam estar sem dinheiro, enquanto 20% estão desempregados.
A expectativa de aumento das vendas também aparece na pesquisa. Um terço daqueles que estão dispostos a comprar na Black Friday afirmam que pretendem adquirir mais produtos que em 2019 (34%), ao passo em que 29% querem comprar um número menor de itens e 23% a mesma quantidade.
Mesmo assim, a pesquisa mostra que o consumidor está cauteloso, uma vez que 36% pretendem gastar menos este ano, enquanto 29% irão desembolsar o mesmo valor e 27% planejam gastar mais.
Considerando aqueles que pretendem aumentar os gastos na edição de 2020, 35% justificam dizendo que economizaram ao longo do ano para isso, enquanto 25% afirmam terem mais itens para comprar este ano. Em contrapartida, os consumidores que pretendem diminuir os gastos querem, sobretudo, economizar (48%), estão com orçamento apertado (26%) e têm a intenção de evitar dívidas (26%).
Roupas, calçados e smartphones
Cada consumidor deve gastar, em média, R$ 918,23 com as compras durante a promoção, valor que aumenta para R$ 1.168,91 entre as classes A/B. Os produtos mais procurados serão as roupas (42%), os calçados (31%), os smartphones (22%), os eletrodomésticos (22%) e eletrônicos (20%).
Considerando a principal forma de pagamento a ser utilizada, 82% dos entrevistados pagarão as compras da Black Friday à vista, principalmente em dinheiro (45%) e no cartão de débito (34%). Por outro lado, 47% devem parcelar suas compras, principalmente no cartão de crédito (41%). A média é de praticamente seis prestações (5,7), o que significa que essas pessoas estarão pagando as compras da Black Friday até maio de 2021.
Locais de compra
As lojas online (83%) mantêm a preferência dos consumidores, sobretudo nos sites/aplicativos de varejistas nacionais (57%) e nos sites/aplicativos de compra e venda de produtos novos e usados (33%). Apesar do destaque no meio online, uma parcela considerável dos entrevistados afirma que vai comprar em lojas físicas (47%), especialmente no shopping center (29%) e nas lojas de rua (23%).
A experiência de compra do consumidor na Black Friday de anos anteriores pode ser determinante para a escolha do local em que farão suas aquisições em 2020, já que 44% dos entrevistados afirmam que irão escolher estabelecimentos nos quais já tenham se sentido satisfeitos, sejam eles físicos ou online, enquanto 36% pretendem optar por fazer pesquisas pelas lojas de menor preço, 35% privilegiam aqueles que oferecerem frete grátis e 31% os locais que oferecerem descontos significativos no pagamento à vista ou no boleto, além dos descontos já oferecidos durante a Black Friday.
Metade daqueles que irão adquirir produtos nesta edição do evento pretendem fazer as compras na semana da Black Friday (54%), ao passo em que 22% preferem o dia da Black Friday.
90% vão pesquisar preços
90% dos entrevistados garantem que farão pesquisa de preços antes de comprar, principalmente a fim de confirmar se os produtos realmente estão na promoção (55%). A busca de informações será feita sobretudo nos sites e aplicativos das lojas em que costumam comprar (54%), além dos sites e aplicativos especializados que fazem a comparação do preço dos produtos (52%), em sites de busca (36%) e nos shopping centers (23%).
Ao lado disso, 93% costumam buscar dicas e informações para fazer boas compras na Black Friday, sendo que 84% fazem isso pela internet e 22% pela TV. A pesquisa mostra que 85% costumam buscar informações sobre a reputação das lojas antes das compras, principalmente em sites de reclamação (54%), nas redes sociais (51%) e no Procon (15%).
Expectativa de desconto médio de 43%
A expectativa dos consumidores quanto às possiblidades de realizar compras a preços competitivos é expressiva: o desconto médio esperado durante o evento é de 43%, sugerindo que as pessoas buscam na Black Friday uma oportunidade única para pagar bem menos na aquisição de produtos e serviços. De olho nos menores preços, quase oito em cada dez consumidores ouvidos estão evitando realizar algum tipo de compra em outubro e novembro para aproveitar a Black Friday (77%), sendo que 19% mencionam as roupas, calçados e acessórios, 18% os eletrodomésticos e 17% os celulares/smartphones.
Experiência valeu a pena
Questionados sobre a experiência com a Black Friday 2019, oito em cada dez participantes que compraram na última edição julgam que valeu a pena comprar na Black Friday do ano passado (84%). Número bem parecido daqueles que não enfrentaram problemas nas compras realizadas durante a promoção (81%).
Considerando o nível de satisfação com a Black Friday em 2019, numa escala de um a dez, a nota média dada pelos consumidores é de 8,16, superior à nota apurada na sondagem de 2018 (7,82).
Para 93% o desconto anunciado pelas lojas era real na hora da compra, sendo que 65% dizem que isso era válido apenas em relação a alguns produtos, enquanto para outros 28%, todos os itens tinham desconto real na hora da compra. Apenas 6% dos participantes do ano passado afirmam que o percentual de desconto não era real.
Seis em cada dez pessoas ouvidas garantem que a maioria das compras da Black Friday foi planejada (65%). Porém, 35% admitem ter feito compras por impulso. 14% dos participantes da última edição ficaram com o nome sujo por causa de compras na Black Friday, sendo que 8% já limparam o nome e 6% ainda estão negativados.
Metodologia
A pesquisa ouviu consumidores das 27 capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas (excluindo analfabetos) e que pretendem comprar na Black Friday. A coleta de dados foi feita pela internet, 19 a 26 de outubro, e pós-ponderada por sexo, idade, estado, renda e escolaridade.
Baixe a pesquisa completa: https://bit.ly/32WJND8