Com 0,59%, o varejo de calçados é um dos setores com menor índice de perdas por furtos, danos e deterioração de produtos em 2020, conforme a nova edição da Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro, realizada em parceria com a consultoria EY.
O estudo mostra que melhores práticas de prevenção e um maior controle sobre a cadeia têm repercutido positivamente no varejo em geral, e aponta queda no índice de 1,38% (2018) para 1,36% (2019) entre os 15 setores pesquisados. A expectativa do setor é de que a pandemia impacte esses números, diminuindo as perdas, que, em valores reais, chegaram a R$ 22,44 bilhões no ano passado.
Conforme o presidente da Abrappe, Carlos Eduardo Santos, 85% dos varejistas esperam uma redução nos percentuais de perdas em 2020. De acordo com ele, as medidas que foram tomadas para controlar a propagação da Covid-19, como controle de acesso às lojas com medição de temperatura, fechamento de saídas e menor número de clientes dentro dos estabelecimentos, contribuem para diminuir uma das principais causas de perda, que é o furto.
Maiores índices de perda
Embora a diferença entre 2018 e 2019 tenha sido pequena, alguns setores do varejo tiveram uma variação maior. Perfumarias (1,99% de perda total), drogarias (1,23% de perda total) e lojas de departamentos (1,36% de perda total) foram os setores que tiveram a maior alta, excluindo os formatos de supermercados que tradicionalmente apresentaram as maiores diferenças.
Menores índices de perda
Na contrapartida, a pesquisa mostra que os setores de Calçados (0,59%), Moda (0,53%) e Eletro/Móveis (0,27% de perda total) possuem os menores índices de perdas. Esses setores, embora possuam algumas categorias que geram a oportunidade de furtos (celulares e jeans), contam com um modelo de atendimento assistido que intimida a prática de delitos nas lojas.
Com uma das maiores variações, o segmento Perfumarias viu crescer em 4% (1,92% em 2018 e 1,99% em 2019) o índice de perda. “Geralmente, o setor de perfumaria é um dos mais afetados por práticas criminosas dado o apelo dos produtos bastante cobiçados como perfumes e maquiagens, entre outros. O segmento precisa investir mais em boas práticas de prevenção de perdas”, avalia Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe.
Na comparação dos 15 setores pesquisados, temos os três formatos de supermercados (Tradicional, Vizinhança e Conveniência) que são responsáveis pelos maiores índices de perdas do varejo brasileiro. Entre eles, os que apresentaram a maior porcentagem de perda são as Lojas de Conveniências, com 3,32%, e as Lojas de Vizinhança, os chamados mercados de bairro, que apresentaram índice de 2,97%. Os segmentos também lideram o ranking geral.