A partir desta terça-feira, 16, o comércio da capital gaúcha voltará a enfrentar restrições de funcionamento. Novo decreto do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, determina que lojas de rua e em shoppings que faturam mais de R$ 4,8 milhões por ano e não fazem parte das atividades essenciais terão que permanecer fechados por tempo indeterminado.
Apenas os estabelecimentos enquadrados na categoria EPP e que faturam até 4,8 milhões ao ano (soma de todas as unidades) poderão continuar operando. A decisão foi motivada pela velocidade no aumento de pacientes internados com Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de Porto Alegre. Em sete dias, houve um crescimento em 43,7% nos casos de internação, segundo a prefeitura.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Irio Piva, afirma que muitos lojistas de shoppings e grandes estabelecimentos haviam reforçado os estoques e interrompido a suspensão de contratos de funcionários após as flexibilizações iniciadas em 20 de maio. “Este fechamento agora é pior do que o do início de pandemia. As empresas se prepararam para reabrir e tentar sobreviver em um contexto já de baixas vendas, cumpriram todos os protocolos da prefeitura e agora terão de interromper novamente. A situação será inviável para muitos comerciantes”, afirma Piva.
A avaliação de Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Dirigentes Lojistas da Capital (Sindilojas-POA) é que o comércio acaba pagando, sozinho, o preço pelo aumento dos casos de coronavírus em Porto Alegre, enquanto outros fatores de transmissão não são enfrentados com o mesmo rigor pela prefeitura.
“Não há aglomeração nos shoppings e nas lojas, pelo contrário, as vendas estavam sendo apenas suficientes para, quando muito, não dar prejuízo”, afirma. O dirigente relata que havia 16 mil estabelecimentos comerciais na cidade no início do ano, com 90 mil empregos gerados. Após o início da pandemia, ocorreram cerca de 5 mil demissões e aproximadamente 800 lojas fecharam. “A quebradeira será maior agora”, projeta Kruse.
Curitiba
No Paraná, Curitiba também volta a restingir as atividades na cidade para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Desde a zero hora desta segunda-feira (15), o horário de funcionamento do comércio de rua, shoppings, restaurantes, galerias, entre outros, tem restrição de horário. Já o funcionamento de academias, práticas esportivas, igrejas e templos religiosos, praças e parques e atividades de entretenimento (como teatro, festas e correlatas), além de bares, volta a ser proibido.
Foto: Omar de Oliveira / FotoArena / Estadão Conteúdo