O acordo entre Mercosul e União Europeia, anunciado em 28 de junho, deverá ser benéfico também para as atividades do varejo brasileiro de calçados quando estiver em vigor, após a aprovação dos países participantes dos dois blocos econômicos.
A Ablac, que reúne médias e grandes redes calçadistas brasileiras, avalia que o setor deverá ter acesso especialmente a produtos premium, tanto masculinos quanto femininos, fabricados em países como Itália e Portugal, que lideram o segmento em nível mundial, mas não ainda têm presença tímida no mercado varejista nacional.
“Nossa expectativa é de que calçados de moda de grandes marcas europeias possam ser adquiridos e disponibilizados aos consumidores brasileiros, que hoje só podem comprá-los no exterior”, explica o presidente da entidade. Marcone Tavares enfatiza que as lojas projetam, com isso, um acréscimo no mix de produtos, atrair clientes de maior poder aquisitivo e também aumento de receita, sem, contudo, reduzir os negócios com os fornecedores locais.
Outro benefício do acordo é destacado pelo diretor-executivo da Ablac. Wesley Barbosa explica que, conforme já anunciado pela Abicalçados, as exportações de calçados à Europa devem crescer nos próximos anos, assim como as vendas de outros produtos brasileiros, o que movimentará diversos setores da economia do país.
“Quando a indústria produz e vende mais, emprega mais e gera mais renda aos trabalhadores, que, por sua vez, consomem mais, um círculo econômico virtuoso. Por isso, sem dúvida, o acordo do Mercosul com a União Europeia é uma excelente notícia para o varejo de calçados, que poderá retomar o ritmo normal dos negócios após pelo menos três anos de dificuldades”, finaliza.