Mesmo perante instabilidades política e econômica no país, o Banco Central (BC) manteve a Selic em 6,5% nesta quarta-feira, 08. A taxa está nesse patamar desde o fim do ciclo de quedas, em março de 2018. O anúncio foi feito após o terceiro encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2019, que tem se apresentado como um órgão do Estado, independente do governo federal.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio/SP) já defendia e esperava a manutenção da taxa nesse início de ano. Segundo a entidade, prevaleceu a postura equilibrada entre a atividade econômica ainda fraca e o ambiente político conturbado.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses registrou alta e foi a 4,58%. O dólar também tem avançado frente a informações desencontradas sobre a elevação dos juros americanos e a disputa comercial com a China.
Para a Fecomércio/SP, não havia espaço para queda da Selic diante da tendência de alta da inflação, as articulações políticas estagnadas em Brasília e o cenário internacional vulnerável. No sentido contrário, esses pontos poderiam até justificar a elevação da taxa. Segundo a entidade, a tendência é que os juros só sejam reduzidos após as aprovações das principais reformas, como a da previdência e a tributária.