O mundo mudou e o varejo também. Conforme o consultor e palestrante Eduardo Vargas, de Porto Alegre/RS, a transformação é imprevisível e atinge a todo o mercado, que deixou de viver uma era processual – industrial – e hoje encontra-se em um era inconstante e digital. Nesse contexto, a inovação deve se transformar em um processo de melhoria contínua nas empresas.
Para Vargas, não basta querer ter um negócio extremamente disruptivo, se não estiver atento aos pequenos detalhes, especialmente à excelência operacional cuidando do elemento-chave (processo) do seu negócio. “Uma padaria, por exemplo, não pode se preocupar demais em gourmetizar seus produtos e esquecer da qualidade do pão quentinho – carro-chefe do negócio”, disse. E é dentro de um cenário de mudança descontinuada e com ciclos de vida cada vez mais curtos que as empresas, especialmente as varejistas, precisam estar atentas a dois aspectos cruciais para o sucesso: o consumidor e o colaborador. E foi sobre esse tema que o mestre em Administração conduziu a palestra “Venda Mais com uma Equipe Nota 10” no evento Café com Lojistas, do Sindilojas Porto Alegre, em 27 de setembro.
Superar expectativas
Primeiramente, foque no seu cliente, estar atento ao que ele procura, suas necessidades e preocupações. Mais do que atender, supere suas expectativas entregando valor junto a sua venda. Além disso, segundo Vargas, toda inovação tecnológica deve ser encarada como uma aliada do varejo, especialmente na hora do atendimento. “A inteligência artificial está em constante evolução, mas não substitui o papel do humano nas relações e isso está cada vez mais raro em nossas relações. Buscamos digitalizar o contato com o nosso cliente e, muitas vezes, esquecemos que isso não ocupa o lugar o olho no olho, do contato personalizado e pessoalizado”, explicou.
Por outro lado, a equipe, está também se transformando e não mantém mais um comportamento passivo-operacional da era industrial. “O papel do líder herói, que tudo decide e tem sempre a última palavra, não tem mais espaço. O segredo está na união da equipe, no entendimento que o resultado é do todo, do sentimento de pertencer e cocriar”, explicou. Agora, conforme o palestrante, os funcionários querem colaborar e, por isso, buscam empresas com um ambiente que estimule essa postura.
O desafio da gestão de pessoas é desenvolver líderes e não mais gestores, ou seja, profissionais que tenham como premissa garantir o resultado presente, mas sempre projetando e construindo o futuro do negócio junto com a equipe. Por isso, “troque o ‘ou’ pelo ‘e’. Afinal, sempre há as suas características e as do outro e é muita pretensão acreditar que já se sabe todas as respostas. Mais do que isso, saiba todas as perguntas, questione, indague sua equipe e crie um ambiente favorável, estimulador e confiável”. Propósito, autonomia e constante aprendizagem. Mais do que oferecer um trabalho, ofereça uma causa para o colaborador. “Não diga o que precisa ser feito, mas como e porque precisa ser feito”, concluiu.