O aumento da população idosa – que deve triplicar nas próximas quatro décadas no país – revela oportunidades para o varejo em geral. Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), realizada em todas as 27 capitais brasileiras, indica que 68% dos idosos acessam a internet, sendo que 47% deles costumam ficar conectados todos os dias e 63% possuem smartphone.
77% dos 612 consumidores com mais de 60 anos entrevistados acessam a internet por smartphone, 40% pelo computador, 30% por meio do notebook e 14% pelo tablet. Os principais motivos para navegar na internet são manter o contato com conhecidos (68%), ficar informado sobre os principais assuntos que acontecem no mundo (47%), buscar informações sobre produtos e serviços (44%), fazer transações bancárias (28%), não ficar ultrapassado (21%) e fazer compras (21%). Os itens mais adquiridos são eletroeletrônicos (60%), eletrodomésticos (56%), viagens (43%), livros (33%), móveis (30%), roupas e calçados (30%) e remédios (28%).
A pesquisa também revela o expressivo potencial de consumo ainda inexplorado pelo mercado físico em relação a esta parcela de brasileiros. Mais da metade dos entrevistados (52%) considera difícil encontrar algum produto específico para a terceira idade, principalmente alimentos (17%), locais para sair que tenham público da terceira idade, como bares, restaurantes e casas noturnas (16%), aparelhos celulares com letras e teclados maiores (15%) e roupas (12%).
Locais de compra
Em relação aos locais em que mais costumam fazer compras, 48% citaram ir com frequência a farmácias e drogarias, 36% a lojas de rua ou bairro e 36% a lojas de departamento. Quanto aos aspectos a serem melhorados nos estabelecimentos, os entrevistados destacaram o atendimento (48%), rótulos de produtos fáceis de ler (33%), bancos para descanso (32%), boa iluminação (27%) e embalagens mais fáceis de abrir (26%).
Para a economista do SPC Brasil, Marcela Kawaut, o mercado ainda tem muito a oferecer ao público da terceira idade. “Os idosos podem ser consumidores ativos e exigentes, como qualquer pessoa. Querem investir em qualidade de vida, sabem de suas necessidades e prioridades, mas nem sempre encontram produtos e serviços que atendam a estas expectativas. As empresas têm uma oportunidade de ouro, sobretudo nas próximas décadas, em termos financeiros, já que a população idosa ainda irá crescer muito”, observa.