O Indicador de Inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que o volume de brasileiros com contas em atrasos e com restrições no CPF abriu o ano de 2018 com alta de 2,10% na comparação com o mês de janeiro do ano passado.
É do crescimento mais expressivo desde junho de 2016, quando a alta fora de 2,78%. Na comparação mensal, ou seja, com dezembro de 2017, sem ajuste sazonal, o aumento na quantidade de devedores foi de 0,96%, a maior desde maio do ano passado.
Segundo estimativa do SPC Brasil e da CNDL, atualmente são mais de 60,7 milhões de consumidores brasileiros inscritos em cadastros de inadimplentes, número que representa aproximadamente 40% da população adulta que reside no país.
“Para os próximos meses, espera-se que o volume de atrasos inicie um processo lento de recuo, caso se confirmem as projeções de inflação bem controlada, juros baixos e melhora dos indicadores de atividade. Ainda assim, o que mais favorecerá um ciclo de queda da inadimplência será uma recuperação mais acentuada do mercado de trabalho e a volta de ganhos na renda real do consumidor, que ainda não se recuperou das quedas dos últimos anos”, explica o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
Sudeste lidera em quantidade de inadimplentes e o Norte, em proporção
A região Sudeste concentra o maior número absoluto de consumidores negativados no país: 25,7 milhões de brasileiros, o que representa 39% da população adulta da região. A segunda região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, que conta com 16,5 milhões de negativados, ou 41% da população que reside nessa região. Em seguida, aparecem o Sul, com 8,2 milhões de inadimplentes (37% da população adulta), o Norte, com 5,4 milhões de devedores (45% do total da população residente, a maior entre as cinco regiões) e o Centro-Oeste, que por sua vez, aparece com um total de 4,9 milhões de inadimplentes, ou 42% da sua população.
Metade da população entre 30 e 39 anos está com o CPF negativado
A estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequência de consumidores inadimplentes. Metade (50%) da população nesta faixa etária iniciou o ano de 2018 com o nome inscrito em alguma lista de devedores – um total de 17,3 milhões de consumidores nessa situação. Também merece destaque uma porcentagem significativa da população com idade entre 40 e 49 anos estar negativada: 13,4 milhões, ou 48% do total dessa população.
O indicador ainda revela que entre os mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, a proporção de inadimplentes cai para 20% – em número absoluto, são 4,8 milhões. Já a população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 31%, o que representa cinco milhões de pessoas com o CPF inscritos em cadastros de inadimplentes.
Nas demais faixas etárias são 7,8 milhões de inadimplentes entre 25 e 29 anos; 12,2 milhões entre os que têm 50 e 64 anos e aproximadamente 232 mil idosos acima dos 85 anos que estão com o CPF restritos.
Número de dívidas diminui -1,94% em janeiro
Outro indicador mensurado pelo SPC Brasil e pela CNDL é o de volume de dívidas atrasadas. Nesse caso, houve uma variação negativa de -1,94% na comparação anual – janeiro de 2018 frente ao mesmo mês de 2017. Já na comparação mensal, frente a dezembro de 2017, foi observado uma leve alta de +0,87%.
De acordo com o indicador do SPC Brasil, cinco em cada dez dívidas pendentes (51%)de pessoas físicas no país têm como credor algum banco ou instituição financeira. A segunda maior representatividade fica por conta do comércio, que concentra 18% do total de dívidas não pagas, seguido pelo setor de comunicação (14%).